Obrigado por existir Marcão, obrigado por ser Palestra.
Mauro Betting resumiu muito bem, e vou publicar o que ele escreveu.
Quinhentos Marcos no Palmeiras.
Bastava uma partida só para o Marcos Roberto de Oriente distante ficar feliz e deixar a mãe Antonia orgulhosa como milhões de palmeirenses com seu anjo-guardião. Contra o Vitória da maior derrota dele, na Copa do Brasil em 2003, Marcos fará o jogo 500.
Festa merecida por tudo. E mesmo se fosse por nada, tanto faz. Tanto fez Marcos que um bolo deveria ser cortado a cada bola que ele salvou pelo clube, desde 1992, quando estreou num amistoso; em 1996, quando jogou pela primeira vez para valer (e em 19 jogos apenas já era Seleção); e em 1999, quando duas partidas contra o Corinthians garantiram o mais rápido processo de canonização do futebol. Agilizado por ser o Palmeiras o time do Divino Ademir da Guia, que tem portões abertos lá em cima.
Em 18 anos de Palmeiras, era para Marcos já ter superado há mais tempo essa marca. Mas lesões e fraturas marcaram ossos e músculos tanto quanto as dores de times que nem ele conseguiu salvar. Numa das tantas, Marcos caiu no dérbi vencido contra o rival, em 2006. No dia seguinte, quase mil mensagens de corintianos na comunidade alvinegra no Orkut não deixavam dúvida. Ele não é só um ídolo campeoníssimo pelo Palmeiras, e campeão do mundo pelo Brasil. É uma pessoa querida. A maior conquista num futebol de ídolos de barro, aos berros ou por birra.
São Marcos não é santo. Erra como qualquer outro. Mas os erros dele são mais humanos. Ele erra de tanto querer acertar, de tanto se irritar com quem não quer jogar quebrado – como ele jogou na Libertadores-00, com o pulso aberto para defender aquele pênalti de Marcelinho Carioca. Ele é um que lutou mais e vibrou mais com um título de Segundona em 2003 que com uma Copa do Mundo em 2002. Quando festejou em Brasília, no trio elétrico, com a camisa verde que nunca pôde usar como goleiro. Mas que talvez tenha usado melhor que qualquer jogador da linha de raça palmeirense.
“Marcos” é um substantivo no plural, mas esse Marcos é singular. Único. Poderia se chamar Marco. Maiúsculo, mesmo, que Marcão é enorme. Marco que é referência que merece toda a reverência na meta do Palmeiras e da Seleção. Pelo que é, pelo que cata, o Marcão tem mais é de ser Marcos. Porque é um que joga por 11. Ou pelos tantos camisas 12 espalhados pelo estádio, espelhados nele. O camisa 12 número um da história palmeirense.
A academia de goleiros do Palmeiras teve monstros sagrados do nível de Marcos. Ele até pode não ser o melhor em 96 anos de Palestra. Mas não conheço alguém melhor para defender seu time como Marcos.
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