A exatos 16 anos atrás, num sábado, um garoto se preparava para ir assistir uma final de campeonato, sua primeira por sinal. Ele jamais tinha visto seu time ser campeão, sempre foi zuado na escola, mas sempre estava lá, de cabeça erguida dizendo que era Palestra, que poderiam zuar sempre, mas o amor pelo time jamais sumiria. E jamais iriam fazê-lo se envergonhar de ser Palestra.
Na terça-feria dia 8/6 começou a venda de ingresso. Logo cedo, ele acordou para garantir o seu, foi sem se identificar como Palestra, pois foi comprar na gaiola das loucas e achou que o predomínio seria dos gambás. Pela movimentação nos arredores, pareceu ter feito o certo, pois parecia só ter gambá comprando ingresso, ainda mais que no primeiro jogo perdemos de 1x0. Conseguiu comprar seu ingresso e foi feliz da vida pra casa, estava garantido que iria à primeira final da sua vida.
A semana demorava demais a passar. Os amigos zuando na escola que seria mais um ano na fila. A dúvida se Evair (O Matador) jogaria. Lia jornais, escutava rádio, TV; e nada nem ninguém para confirmar se ele jogaria. Foi uma semana angustiante, até que chegou a hora de ir pro estádio. Foi acompanhado de dois amigos gambás, mas chegando lá, cada um para sua torcida. Chegando na nossa entrada, viu que a maioria deveria ter pensado como ele, pois o estádio estava dividido, a torcida Palestrina mesmo após a derrota confiava no time e foi apoiar. De alguma forma, a torcida, incluindo o garoto, sabia que iria comemorar o título que estava engasgado durante esses anos.
A torcida fazendo festa. A primeira final no estádio, o nervosismo tomando conta, era emoção demais. Assim que o time entra, fica a atenção para ver se Evair está entrando junto. E lá está o matador, a torcida vibra como se fosse um gol. A torcida sabia que ali estaria o cara que poderia decidir o jogo. E a sabedoria coletiva talvez nem imaginasse o quanto estava certa! Outro fato chamava a atenção: estávamos de meião branco. Mais um motivo, mesmo que não tão "explicável", para aumentar a confiança da torcida.
Sobre o jogo, nem preciso falar, pois quem estiver lendo, deve saber como foi. Cada um tem sua emoção e sua recordação da partida. Apenas posso escrever sobre o último gol, Evair indo cobrar o penalty. Trotando. A torcida em silêncio. Ele descoloca o goleiro. Foi emoção demais para um garoto de 16 anos, que vai as lágrimas, junto com a maioria que estava ao seu lado, pessoas desconhecidas, sem nomes, mas que naquela hora eram sua família, as pessoas que dividiram sua maior alegria da vida até aquele instante (ou até hoje para muitos). Todos comemorando, soltando um grito que estava engasgado, o grito de É CAMPEÃO!!!! (José Silvério, descreve bem a comemoração... agora sim eu vou soltar a minha voz..... é goool......).
Dia 12/06/1993, um dia memorável para qualquer Palestrino, um dia histórico e um dia que nunca vai sair da memória daquele garoto de 16 anos. Aquele garoto hoje tem 32 e está escrevendo agora, lembrando de cada detalhe daquele dia, da alegria de chegar em casa e ver a avó esperando-o para dar um abraço e falar 'parabéns, é campeão'. É um dia especial e emocionate demais.
Obrigado por tudo Palestra!!!
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